Monday, February 8, 2010

Dias 09 e 10 - Meu primeiro final de semana

Tudo estava tranquilo. Trabalhar na cozinha das 19h30 às 00h de 2ª a 5ª é susse. Quinta é um pouco mais agitadinho. Mas, fora isso, belezura.

Aí me ligam perguntando se eu poderia ir trabalhar no final de semana, NO ALMOÇO. Jeseclér! E pra fazer extra de cozinheira, não como estagiária. Oh yeah. Vamos lá, vamos tentar. Detalhe que a hora do almoço é bem mais cheia que a hora do jantar. E, no final de semana, tem um milhão de vezes mais movimento do que nos dias de estágio. Outro detalhe é que a chef do almoço é outra. Medo.

No sábado, fiquei ali, montando saladas. Lembram que eu "reclamei" de ter montado 35 saladas ao mesmo tempo pro meu jantar? Então, ali foram umas 150. Processo interminável de repor uma mesa com 30 pratinhos. Conforme os garçons pegavam, eu montava mais. E mais.

E mais. E mais. E mais. E que dor nas costas!

Quando ficou mais tranquilo, a chef me chamou pra ficar no meio. No meio do quê? Da cozinha? Não. Quem trabalha no meio, meio que junta e monta o prato. Busca a carne com o cozinheiro da grelha, controla e tira os pratos do forno, junta guarnição e acompanhamentos no prato e coloca na frente da cozinha, para finalização.

O grande desafio está em fazer mil notas mentais de tudo o que o cozinheiro da frente está cantando. Não, ele não fica cantando músicas top hit do verão. Na cozinha, cantar significa gritar o pedido das mesas para os cozinheiros em suas respectivas posições. Meio que um "preparar, apontar, fogo".

"Marcha um filé." Não, o filé não marcha que nem o soldado cabeça de papel. Marchar é um "verbo" utilizado na cozinha. Vem do francês marcher, que significa andar, fazer funcionar. "Sai um filé." Essa é a hora de buscar o filé que tava marchando (engraçado dizer isso, ainda não me acostumei com os termos haha) e levar pra saída.

Domingo não montei salada, graças a Deus. Fiquei só no meio, montando as coisas e tal. Até que não me perdi muito. Mas dizem que não deu muito movimento. Olha, pra mim, deu bastante! O.o

Mas, na minha opinião, o melhor de tudo é chegar cedo (poderia ser não tão cedo assim) para a preparação dos pratos. Minha mãe perguntou: "Mas você gosta de ficar ralando cenoura, cortando abobrinha?". Ah, gosto. É terapêutico. Muito bom um trabalho assim, que relaxa.

E agora, let's play as it comes. ;)

3 comments:

Evelyn said...

Ah não foi tão traumático assim pra primeiro dia foi? hehehe
Se fosse eu iria sair de lá com uns 5 nós de tensão nas costas. Trabalhar em ambiente quente, com tempo marcado e pessoas gritando o tempo todo tem que ser pra quem tem paixão pela gastronomia mesmo.

Acho que daqui pra frente só vai melhorar pra vc pq vai vai se acostumando com o lugar né? Muito sucesso pra vc!

Germana Mathias said...

Fico feliz por seu mergilho no olho do furacao. Essa semana o bicho pegou la no restaurante e o chef pediu para eu montar os pratos. Eu feliz como pinto no lixo.... Que surjam muitos extras para seu bolso ficar feliz e o coracão tambem.

Daniele Lieuthier said...

Obrigada pelo apoio, meninas! :) Nossa, mas foi um sufoco. Tá um calorão aqui em Curitiba. Vocês imaginem na cozinha! :O
Mas deu tudo certo e vai continuar dando, se Deus quiser. :)

Beijos!